i miss you;

Gostaria de dizer-te tanta coisa. Poderia até fazê-lo, pois a distância nunca me travou, nunca me impediu de batalhar mesmo quando sem forças, para atingir um tão difícil objectivo.
Não sei o que me deu. Nem sei porque sinto que algo mudou tanto quando aqui estás tu, sorridente e ainda a lutar por aquilo que sempre juraste ser o teu sonho. Talvez eu apenas não goste de ser enganada. Talvez todos os segredos que guardas sejam para mim não mais que um mistério confuso.
Tenho saudades. Foram momentos, foram lágrimas, foram sorrisos. A proximidade desenvolvida com algumas pessoas tornou este nosso laço tão mais forte que dei por mim cercada por este amor que me parecia eterno. Mas agora tudo me parece uma mentira.
Quero voltar. Quero, e continuo a acreditar e esperançar que um dia me farás sorrir de novo. Que as lágrimas voltarão e o orgulho me preencherá totalmente, formando uma corrente de novo amor por todo o meu corpo e que aqueça de novo o meu coração tão gélido neste momento.
Admito, talvez com profundo orgulho ou profunda mágoa e vergonha, que derramo lágrimas por tudo o que perdemos ultimamente. Talvez por aquilo que eu perdi. Os rumores estão a quebrar-nos. Os rumores e as verdades que não se conseguem distinguir mais estão a cercar-nos e a corroer todo o amor que com o tempo se foi formando.
Porque perdemos tanto? Porque continuamos a perder pessoas que continuam agora no nosso coração e tanto nos fazem falta? Porque mudámos?
Nunca vais ler isto. Este pedaço de papel nunca vai chegar ás tuas mãos, nunca vais poder ler cada palavra que honestamente tatuei na folha branca que se encontra agora á minha frente, manchada.
Ninguém entende, mas também não peço que o façam. A verdade é que me salvaste de um abismo gigante, salvaste-me de me perder totalmente num Mundo onde talvez nunca fosse voltar. Tenho pena de tudo isto, quero recuperar o perdido. Porque simplesmente não me ajudas? Porque não retornas e fazes de novo todas estas pessoas sorrir e sentir o orgulho que sempre senti por ti?
Proporcionaste-me os melhores tempos da minha vida, tempos esses que nunca irei reaver, que nunca reviverei e nunca sentirei uma felicidade tão grande como a que senti naquele instante.
Pensei desistir, mas serei capaz? Conseguirei eu ultrapassar esta dor e tentar uma vez mais?
Deixo a caneta em cima da mesa e guardo o papel num local seguro. Porque nem sempre as palavras que escrevo num papel são para o olho nu admirar, nem todos os segredos são dignos de ser revelados.
Continuo aqui, sentada agora nesta cadeira que nunca foi tão fria, encarando de novo as fotografias de quanto o tempo era só nosso e o sonho prevalecia.
Por isso, sem mais nada a dizer e uma lágrima no canto do olho, encaro com paz a luz lunar que se faz ver no céu e peço, uma vez mais a Deus, que o meu ídolo volte a ser o que era.