Nada foi igual desde aquele singelo adeus, à porta da minha casa, depois de me ter declarado a ti como nunca me declarara a ninguém antes.
Disse-te a palavra que insisti em guardar para o “tal” dia, o dia especial com a pessoa especial. Disse que te amava.
Em troca, nada mais obtive do que um sorriso trocista e um olhar de desprezo. Pensei que fosses diferente, que eras como te pintavam os jornais e as revistas. És lindo, cantas maravilhosamente bem e, naquele palco, tornas-te perfeito.
No entanto, ali estávamos, eu e tu, à chuva, num dia frio de Janeiro. Tinha finalmente ganho coragem para te dizer tudo o que significavas para mim. Sonhei com o nosso futuro juntos, e esperava um “gosto de ti” em resposta ao meu “amo-te”. Sim, porque eu não me importaria que não me amasses como eu te amo, porque é impossível amar tanto alguém. Bastar-me-ia sentir a tua pele quente junto da minha, ouvir o te respirar, num sussurro, ao meu ouvido, saber que gostas de mim, seja de que forma for.
Tu pensas que sou só mais uma das que te entregou o coração, que disse que te amava, (quantas, antes de mim?), nada mais. Para ti sou, apenas e só, mais uma fã.
Nada foi igual depois do teu singelo adeus. Até hoje.
Hoje foi o dia em que vieste ter comigo, passados tantos outros dias (que mais pareceram anos), e me disseste que estava bonita, no meu vestido roxo, e eu corei, e senti todo o meu corpo a estremecer de felicidade.
Hoje foi o dia em que descalcei as minhas sandálias e corri para os teus braços. E te abracei. E os meus olhos brilhavam quanto te vi, e os teus olhos brilhavam quando encontraram os meus. E eu comecei a chorar, mas não de tristeza, nunca de tristeza. Porque tu estavas ao pé de mim, chorei as lágrimas da mais pura felicidade.
Foi nessa altura que secaste as minhas lágrimas com o lenço que tinhas no bolso das calças (que te ficavam tão bem) e sorriste. Estremeci. Tive vontade de te beijar, mas não o fiz.
Sentámo-nos lado a lado, em silêncio. De repente, olhaste para mim e eu retribuí o olhar, com as bochechas a arder e o coração a saltar-me do peito. Foi esse o nosso primeiro beijo.
Nesse momento, tive a certeza que o meu coração te pertencia, Nicholas Jonas, e eu sou a mulher mais feliz do mundo.
Hoje foi o dia em que, por um momento, foste unicamente meu. Amo-te tanto.