Não sei o porquê de estar a escrever, mas preciso.
Acho que ainda não estou muito bem. E, acho também, que nunca te vou conseguir dizer o que senti, quando estava a sair da água e te vi mesmo á minha frente de braços cruzados a olhar para mim com aquela cara de crítico que só tu tens. Comecei-me a rir, feita estúpida, e fiquei ali com a água a tocar-me nos joelhos á espera que fosses tu a vir ter comigo. Afinal, estávamos chateados. Ou, melhor dizendo, estavas completamente magoado com as minhas decisões, segundo o que me disseste. Não vou ser estúpida e hipócrita e dizer que quando continuaste com aquela cara séria eu não me preocupei. Cheguei mesmo a pensar em continuar a andar e fazer de conta que não te vi. Estúpida. Ri-me ás gargalhadas para ti, e ia fazer de conta que não te tinha visto. Além disso, és o meu melhor amigo. Não ia aguentar passar por ti e fazer de conta que não te tinha visto. Foda-se, impossível!
E, exactamente no mesmo momento em que comecei a caminhar para ti, tu deste um passo em direcção a mim. E, voltei a rir-me ás gargalhadas e tu sorris-te.
Não nos cumprimentamos, o que me incomodou, porque estava prestes a dar-te um abraço e a desatar a chorar. Tivemos uma típica conversa de merda, e quando digo de merda. É merda, mesmo!
Depois aprofundamos, e fomos ao fundo de tudo. De tudo o que temos. Falamos de coisas antigas, do futuro. Do que estamos a viver agora. Falamos do que éramos, do que somos agora e do que provavelmente seremos no futuro.
Foi daquelas conversas onde não há tempo a passar, nem pessoas á nossa volta, nem vontade de estarmos calados.
E, percebi aquilo que já tinha percebido há muito tempo. És mais do que um amigo, és um irmão. És, sem dúvida alguma, o ser que mais me preenche! E, quando há meses eu fiz das piores asneiras da minha vida, te contei e tu tremeste o queixo prestes a desatar a chorar enquanto dizias «És uma desilusão», eu percebi que te preocupas mais comigo do que aquilo que devias. Travaste o choro, por minha causa. Eu sei, é estúpido estar a dizer isto… Mas, pergunto-vos… O vosso melhor amigo (não, melhor amiga) alguma vez chorou por vossa causa, á vossa frente, depois de vocês lhes contarem a merda que fizeram? Acho que não é muito comum. Por isso é que me sinto extremamente grata a Deus, ou a quem quer que seja, por te ter colocado na minha vida! Mudaste-me muito. Muito mesmo, acredita. E, nunca ninguém, irá perceber ou ter noção daquilo que nos une. Do amor que nos mantém juntos, da cumplicidade que temos, da preocupação extrema que temos um com o outro. Não precisamos de andar todos os dias aos beijos e aos abraços, não precisamos de estar constantemente a dizer «És o meu melhor amigo, amo-te». Não precisamos, sequer, de falar todos os dias. Porque temos a certeza que nada vai mudar.
Olha, foda-se! Tu dás comigo em doida, eu amo-te mesmo, rapaz! És a minha alma gémea, acredita. Duvido que encontre alguém como tu, és único! Não digo isto por ser bonito, digo porque é verdade. És extremamente… Especial! És tudo aquilo que toda a gente devia ter na sua vida.
Hoje disse-te, olhos nos olhos, e volto a dizer: vamos deixar de estar juntos todos os dias, mas nada vai fazer com que eu te ame menos. Vais-me fazer tanta falta, meu caralho. Com quem vou falar quando tiver a vida virada ao contrário e só me apetecer bater em alguém? Com quem? Diz-me. Provavelmente vou-te ligar e gritar-te que és uma merda por não estares comigo, por me teres deixado quando podias ter vindo comigo para aquela escola. Mas escolheste outra. Tenho quase a certeza que, inconscientemente, isso vai acontecer… E já estou a imaginar o que me vais responder: «Primeiro, respira. Segundo, não grites. Terceiro, eu estou contigo, não vês? Conta lá o que tens.», aposto 5€ com toda gente, como me irás dizer exactamente isso! Conheço-te muito bem, ó vadio!
Pronto, chega de escrever sobre ti. Ninguém vai perceber nada do que nos une, nem nada do que se passou hoje. Mas que se foda, nós percebemos. E muito bem!
«Sinceramente, mudaste. Estás mais bonita e tudo, mas o que é posso fazer a não ser apoiar-te? Eu vou estar sempre contigo, miúda. Mesmo que te tornes médica ou varredora de rua, é impossível deixar-te! E, a partir de agora, viver sem ti, todos os dias comigo vai ser fodido… Porque, acredites ou não… Eras tu que davas alegria e brilho aos meus dias.»Amo-te melhor amigo.
Nunca deixarás de ser meu. Meu companheiro. Meu irmão. Meu amigo!p.s. – peço desculpa por este diário filosófico mas fiquei feliz por ver este marmanjo de manhã e por ter estado 3h e tal a falar com ele. fez-me bem, e como isto até é um diário.. precisava de contar. agora, digam-me lá.. este vadio é todo lindo, não é ? (h)