Cartas perdidas

Passaram 4 anos desde esta carta, voltei a retira-la da minha gaveta da mesa-de-cabeceira e leria duas e três vezes.
Tinha saudades dela, os meus olhos enchiam-se de lágrimas “- Porque foste embora?”, esta pergunta perseguiu-me durante todos estes anos.

Como ela me faz falta, como me faz falta o som da sua voz, como me sinto perdida sem o seu conforto, com a sua voz sempre a indicar-me o melhor caminho.
Durante todo este tempo julguei que voltarias, pensei que abriria a porta e tu entrarias de novo na minha vida como se nunca dela tivesses saído, na verdade não sais-te estives-te apenas distante.
Continuas presente, demasiado presente, procuro essa presença em recordações, em fotografias e ate nas poucas cartas que recebi, depois do teu desaparecimento, foram cartas que apareceram perdidas dentro de garrafas a beira-mar, mar esse que era nosso, o nosso mar.
O mar onde passeava-mos juntas, onde brincávamos no verão, onde por muitas vezes corri para chorar, e lá estavas tu, a beira-mar como um anjo.
Mar esse onde via o nosso reflexo, O teu reflexo.